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Desnutrição nos pacientes oncológicos: por que acontece?

Desnutrição nos pacientes oncológicos: por que acontece?

Pacientes oncológicos apresentam diversas alterações metabólicas, imunológicas e bioquímicas que conduzem a graus variados de desnutrição, a depender principalmente do órgão acometido e do estágio tumoral.

Isso ocorre porque o câncer é definido como uma enfermidade multicausal crônica, caracterizada pelo crescimento descontrolado das células e a disseminação de células anormais, que continuam a se reproduzir até que formem uma massa de tecido conhecida como tumor.

A presença do câncer altera todos os aspectos da vida do indivíduo e pode acarretar profundas alterações no modo de viver habitual e na alimentação. Por isso, pode levar a quadros graves de desnutrição.

Os tratamentos oncológicos como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia produzem sintomatologia que inclui náuseas, vômitos e redução potencial da quantidade de alimentos ingeridos, o que também pode alterar o estado nutricional do paciente com câncer.

Cerca de 80% dos pacientes com câncer apresentam desnutrição já no momento do diagnóstico. Essa desnutrição é do tipo calórico-proteica e ocorre devido a um desequilíbrio entre a ingesta e as necessidades nutricionais desses pacientes, comprometendo seu estado nutricional.

Tudo isso está associado a menor qualidade de vida, a uma diminuição na resposta ao tratamento, a um aumento do risco de toxicidade produzido pela quimioterapia, ao favorecimento da caquexia, uma complicação frequente no paciente portador de neoplasia maligna e ao aumento da morbimortalidade da doença.

Os maiores indícios de Desnutrição são frequentemente associados a carcinomas de cabeça e pescoço e trato digestivo superior, além dos sintomas gastrointestinais e a idade (≥ 65 anos).

Dados da literatura sugerem que um suporte nutricional precoce e intensivo pode reduzir a perda de peso antes, durante e após a conclusão do tratamento, melhorar o resultado, a qualidade de vida e o estado nutricional.

Dessa forma, o paciente que se encontra em melhor estado nutricional antes do tratamento obtém maior resposta ao tratamento, além de apresentar melhor prognóstico, menor tempo de internação e melhora da qualidade de vida.

Vanessa Cirilo Caetano

Nutricionista CRN 19.417

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