Dentre os efeitos colaterais mais relatados pelos pacientes em tratamento oncológico, e que acarreta um desgaste grande na qualidade de vida, é a fadiga.
Inicialmente é importante diferenciar fadiga de cansaço. Quando estamos cansados, um banho ou uma boa noite de sono fará você se restabelecer e se sentir melhor. Já a fadiga persiste mesmo se o paciente dormir o dia todo. Atividades simples como subir uma escada, se vestir, limpar a casa, tomar um banho se tornam desgastantes podendo alterar o humor, prejudicando a concentração e a relação com os outros.
É muito importante identificar alguns possíveis fatores que podem potencializar este sintoma durante os tratamentos. As modificações metabólicas podem estar associadas à depressão psicológica, anemia, baixa oxigenação ou deficiência nutricional por diminuição do apetite, diminuição das atividades físicas, levando a perda muscular e resultando em um estado de fraqueza generalizado e outros… A própria doença pode ser um causador da fadiga oncológica.
O que fazer?
Ao contrário do que se pensa, o descanso prolongado, em vez de ajudar, pode fazer o efeito contrário, piorando o quadro de fadiga. Se o paciente não se exercita e não gasta energia, não há necessidade de reposição através da alimentação. Se não se alimenta, sente-se fatigado. Quando o paciente se exercita, tem mais apetite e, comendo mais, sente-se energizado. A atividade física moderada, com acompanhamento de um profissional especializado, vai contribuir para quebrar este ciclo. Muitas vezes, uma simples caminhada poderá ser significativamente restauradora.
Seguem algumas dicas e orientações, traçadas por especialistas da área, que poderão ajudar amenizar este sintoma, durante seu tratamento.
1. Evite cochilos longos durante o dia. Não é recomendado um tempo maior que uma hora, para não comprometer seu sono a noite.
2. Técnicas de relaxamento poderão contribuir ajudando o paciente ficar menos ansioso, como por exemplo, Yoga, Tai-Chi-Chuan, Meditação… A Terapia cognitivo-comportamental também é indicada, já que conflitos internos são comuns nesta fase. A terapia pode melhorar as alterações cognitivas, o humor e corrigir alguns distúrbios nutricionais e do sono.
3. Estabelecer prioridades é de fundamental importância. Aprenda a pedir ajuda, não se sinta mal em não estar conseguindo fazer aquilo que fazia antes, quando tinha disposição. Observe qual a hora do dia que se sente melhor para planejar suas atividades.
4. As medicações poderão também ser aliadas na diminuição desse sintoma. Esses medicamentos podem incluir corticosteroides e psicoestimulantes. Muito importante que o paciente nunca tome esses medicamentos por conta própria. Somente o médico poderá receitá-los.
5. E, como já citado, a prática de exercícios físicos regulares, orientados por um profissional da área, são indicadas respeitando os limites físicos individuais de cada paciente e a especificidade da doença e do tratamento.
Converse sempre com seu médico e sua equipe sobre seus sintomas. Estes poderão ser amenizados e contribuir para sua qualidade de vida durante seu tratamento.
Adriana Paes- Psicóloga/CRP 9093
Mestre em Educação
Referências: